"Sou um gigolo das palavras. Vivo às suas custas (...) As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito. Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolo que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido (...) Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa de apanhar todos os dias para saber quem é que manda."
(Luís Fernando Veríssimo)
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