"Não sei... se a vida é curta ou longa demais para nós. Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas"
Cora Coralina
Às margens do Rio Vermelho está a velha casa da ponte. Lá, por muito tempo, viveu a mulher que quebrou paradigmas e ensinou aos descrentes a arte de desafiar o tempo.
É uma casa humilde e bem aos moldes de qualquer outra, salvo por um simples detalhe: foi o cenário da história de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, ou simplesmente: Cora Coralina.
O passeio é um convite a reviver com singularidade o engenho da transformação... O doce feito em grandes tachos dá sabor aos poemas que encantarão escritores famosos e toda uma geração dos mais variados estilos literários.
Enquanto nos grandes palácios a visita se inicia pelos salões da corte, na casa de Aninha a conversa começa na cozinha, perto do batente da porta, ao lado do fogão à lenha e dos grandes tachos de cobre. Neste cenário é possível compreender a inspiração singular que trouxe a uma doceira o título de “Cora dos Goiases”.
Na sala simples de chão irregular, vê-se uma pequena poltrona onde a poetisa recebia os amigos e apreciadores dos seus escritos. A foto do pai na parede desgastada revela a admiração da filha que ele não teve tempo de conhecer, mas que muitos, embora de forma tardia o fizeram com a honra devida.
Por um momento é possível fechar os olhos e imaginar que, a qualquer instante, aquela senhora de simpatia incomparável irá te convidar para que a prosa se estenda pelo terreiro, perto da fonte que nasce dentro do porão e corre sem pressa pela calha de madeira. A realidade se faz presente e os olhos voltam para o busto de barro batido que fica no parapeito da janela do quarto, servindo de alento ao coração daqueles que não conheceram de perto a beleza da mulher guerreira e ousada que imprimiu nos becos de Goiás a esperança envolta ao cenário da história.
A mesma Aninha que tomava banho no Rio Vermelho com as crianças e pintava as unhas causando escândalo aos tradicionais da época, era também a dona de uma biblioteca de acervo raro, títulos e do último prato azul-pombinho da família.
O passeio se encerra diante da porta de entrada, onde Cora se despede mais uma vez dos seus visitantes... Mas ao atravessar a ponte e olhar seu busto na janela fica a sensação de alguém que se despede e já sente saudade das boas coisas compartilhadas num breve momento de contemplação.
É uma casa humilde e bem aos moldes de qualquer outra, salvo por um simples detalhe: foi o cenário da história de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, ou simplesmente: Cora Coralina.
O passeio é um convite a reviver com singularidade o engenho da transformação... O doce feito em grandes tachos dá sabor aos poemas que encantarão escritores famosos e toda uma geração dos mais variados estilos literários.
Enquanto nos grandes palácios a visita se inicia pelos salões da corte, na casa de Aninha a conversa começa na cozinha, perto do batente da porta, ao lado do fogão à lenha e dos grandes tachos de cobre. Neste cenário é possível compreender a inspiração singular que trouxe a uma doceira o título de “Cora dos Goiases”.
Na sala simples de chão irregular, vê-se uma pequena poltrona onde a poetisa recebia os amigos e apreciadores dos seus escritos. A foto do pai na parede desgastada revela a admiração da filha que ele não teve tempo de conhecer, mas que muitos, embora de forma tardia o fizeram com a honra devida.
Por um momento é possível fechar os olhos e imaginar que, a qualquer instante, aquela senhora de simpatia incomparável irá te convidar para que a prosa se estenda pelo terreiro, perto da fonte que nasce dentro do porão e corre sem pressa pela calha de madeira. A realidade se faz presente e os olhos voltam para o busto de barro batido que fica no parapeito da janela do quarto, servindo de alento ao coração daqueles que não conheceram de perto a beleza da mulher guerreira e ousada que imprimiu nos becos de Goiás a esperança envolta ao cenário da história.
A mesma Aninha que tomava banho no Rio Vermelho com as crianças e pintava as unhas causando escândalo aos tradicionais da época, era também a dona de uma biblioteca de acervo raro, títulos e do último prato azul-pombinho da família.
O passeio se encerra diante da porta de entrada, onde Cora se despede mais uma vez dos seus visitantes... Mas ao atravessar a ponte e olhar seu busto na janela fica a sensação de alguém que se despede e já sente saudade das boas coisas compartilhadas num breve momento de contemplação.
(Texto de Antonio Cordeiro - escrito às margens do Rio Vermelho/Cidade de Goiás em 02.05.2009)